A
comissão
Ao contrário do que aconteceu em Beiriz,
da construção da Igreja de Balasar chegou até à actualidade, na freguesia,
pouca informação. Sobre a comissão encarregada das obas, o Pe. Leopoldino só
identifica o nome do tesoureiro, o abastado irmão do pároco, José Fernandes de
Sousa Campos. Mas há um nome que merecia ser registado, o do vereador municipal
Manuel Joaquim de Almeida. Ter-se-ão proposto três localizações para a igreja e
a escolhida terá sido a que ele sugeriu.
Na edição de 19 de Maio de 1907, a
Estrela Povoense informa que “na Póvoa não se vêem obras de algum valor,
nas aldeias mormente em Balasar e Navais e no seu lugar de Aguçadoura,
gastam-se rios de dinheiro em alguns melhoramentos de muito duvidoso interesse”[1]. Manuel Joaquim de Almeida é que geria
as verbas camarárias que se gastavam em Balasar.
E num artigo de jornal de muito mais
tarde o seu autor vai escrever:
Ao passar na
Igreja Paroquial, que me traz sempre à memória o nome de Manuel Joaquim de Almeida, seu principal impulsor, assim como de
outros melhoramentos locais, ouvi o toque de uma orquestra.
A criação da comissão foi decisão excelente pois tirou a
gestão do dinheiro e das obras às rivalidades partidárias de renovadores e
progressistas que deviam dividir a freguesia.
[1] Citado de SOUTO, Manuel Fernando Faria Souto, “O Abade
de Nabais e Rocha Peixoto”, Boletim Cultural Póvoa de Varzim, vol. 44, 2010, página 138.
[2] Possuímos, em fotografia, um conjunto destas actas,
seleccionadas com base no critério do tema da Capela da Santa Cruz e do da
construção da igreja.
[3] Nas actas da câmara escandaliza a frequência das
queixas de balasarenses contra balasarenses que iam ter à autarquia, mesmo
durante o período em que decorreram as obras da igreja. Queixam-se o professor
primário Joaquim Alves de Sousa, o médico-cirurgião João Gonçalves da Costa, o
Luís Lopes….etc., etc. Embora já em Fevereiro de 1910, até a catequista da
Alexandrina, Josefa Alves de Sousa, levou uma queixa à câmara.
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