O
que o Pe. Leopoldino escreveu
O Pe. Leopoldino Mateus orgulhava-se da Igreja
de Balasar; sobre a sua construção informou ele:
Com o andar dos
tempos, a população aumentou muito e, julgando-se insuficiente a igreja
paroquial (anterior) para conter no
devido respeito e devoção os fiéis, constituiu-se uma comissão de bons
paroquianos para escolher novo terreno onde pudesse ser erigido um templo
amplo, majestoso e digno de ser a Casa de Deus.
Escolhido o
lugar da Cruz, foi demolida a capela do Senhor da Cruz e erecta essa majestosa
igreja que ainda hoje é uma das melhores das aldeias desta circunscrição e que,
concluída em 1907, custou a obra de pedreiro, carpinteiro e estucador 12
contos.
Mais tarde
procedeu-se ao douramento dos altares que importou em 21 contos e há poucos
anos foi adquirido o carrilhão dos sinos, pagando-se 80 contos ao sineiro
Jerónimo Serafim, de Braga, que os fundiu e afinou por música.
Hoje, a Igreja
de Santa Eulália de Balasar, do concelho da Póvoa de Varzim, arciprestado de
Vila do Conde - Póvoa de Varzim, Arquidiocese de Braga, é imensamente visitada
pelos forasteiros que admiram a elegância do templo, a linda ornamentação dos
altares confiados ao cuidado de devotas zeladoras e sobretudo o espírito de
sacrifício deste povo laborioso e crente que, não sendo rico, conserva a sua
igreja num asseio e limpeza muito para louvar e imitar.
A igreja do Matinho devia proporcionar
cerca de 140 metros quadrados de espaço utilizável, o que equivale a cerca de
um terço do que a actual deve oferecer[1].
É errada a data de 1907 para a conclusão
das obras, pois é apenas a do seu início.
Sobre
os gastos na obra da igreja, fica-se a saber que “custou a obra de pedreiro,
carpinteiro e estucador 12 contos”. Como o douramento dos altares “importou em 21
contos” e o carrilhão dos sinos 80, vê-se que com a palavra contos se designam
valores muito diferentes (em razão da inflação).
Onde se foi buscar
tamanha quantia de dinheiro e em tão pouco tempo para esta obra? Não possuímos nenhuma indicação para
responder, mas ultrapassava
as capacidades de financiamento da freguesia; os
brasileiros balasarenses não hão-de ter negado o seu generoso contributo.
Algum, rico, há-de ter entrado com muito dinheiro[2].
[1] Hoje apetece dizer que a localização da igreja não foi
a melhor, pois deixou-a encravada entre o morro a sul e uma ladeira a norte e
ainda obrigou a demolir a capela da Santa Cruz. Bom seria que ela tivesse sido
construída num sítio plano e amplo, com fácil acesso e um grande adro.
Quando Manuel de Almeida estava a construir o cemitério, balasarenses houve
que acharam que ele era grande demais – e já foi preciso aumentá-lo para o
dobro. Talvez tenha sido o mesmo Manuel de Almeida a defender as avantajadas
medidas da nova igreja.
[2] Um dos principais responsáveis da construção, Manuel
Joaquim de Almeida, que não devia ser muito abastado, pôde, talvez em
simultâneo com a construção da igreja, edificar a sua casa ali ao lado do adro.
A casa da família Murado junto ao Cemitério data de 1913.
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