A
construção
Em 23 de Dezembro de 1906, o jornal
poveiro Estrela Povoense publicou
esta notícia sobre a “Igreja Paroquial de Balasar”, bem semelhante a uma outra
saída n’O Comércio da Póvoa de Varzim no dia 27:
A freguesia de
Balasar, deste concelho, vai possuir um
novo templo paroquial, cujas obras vão ser postas a concurso.
Quem desejar
concorrer deverá examinar o projecto na secretaria do arquitecto da Câmara
Municipal, onde ele está exposto todos os dias úteis, desde as 10 horas da
manhã até às 3 horas da tarde.
As propostas
devem ser enviadas em carta fechada à residência paroquial daquela freguesia
até ao próximo dia 30 do corrente ao meio-dia.
Numa acta de 24 de Fevereiro de 1907,
lê-se uma exposição feita à Junta de Paróquia pelo pároco, o abade Manuel
Fernandes de Sousa Campos, que merece ser transcrita:
Tendo uma
comissão, composta de alguns moradores desta freguesia, como à Junta não é
estranho, tomado a seu cargo, por meio duma subscrição, a construção da nova
igreja paroquial desta mesma freguesia, por essa construção não poder
realizar-se por conta desta Junta de Paróquia, visto serem insignificantes os
seus rendimentos e essa nova igreja tornar-se absoluta necessidade pelo estado
de ruína em que se acha a actual, que não pode continuar a funcionar porque as
suas paredes estão desequilibradas e as suas madeiras podres, como já foi
verificado por peritos competentes, cumpria à Junta auxiliar essa iniciativa,
prestando a essa comissão todo o seu apoio e valimento, dentro das atribuições
legais, pois que de um tal melhoramento provinha um salutar benefício para a
freguesia. Portanto, ocorria à Junta o dever de não só ceder da antiga igreja o
seu material, altares e mais aprestos, como realizar definitivamente o acordo
feito em 20 de Junho de 1897 com a comissão do Senhor da Cruz, desta freguesia, a fim de ser
aproveitada a sua capela e terreno anexo na construção da nova igreja, por se
tornar esse local o mais apropriado para essa edificação.
Nesta fotografia do espólio do Pe. Mariano Pinho ainda não há
muro de suporte ao lado direito da igreja, o que mostra melhor o que foi a
tarefa de terraplanar o lugar para a construção.
Os membros da mesa da Confraria do
Senhor da Cruz estavam presentes e fecharam o acordo
mencionado, abrindo assim as portas à construção da nova igreja. Este acordo
seria ainda corroborado na sessão de 28 de Abril. Era juiz da Confraria do
Senhor da Cruz Manuel Joaquim de Almeida, a quem se chegou a chamar, certamente
com algum exagero, principal impulsor
das obras da igreja, mas o seu contributo deve ter sido valioso[1].
[1] Consta que Manuel Joaquim de Almeida se terá
aproveitado da posição política para adquirir de modo pouco transparente o
terreno onde construiu a sua casa – a que fica imediatamente a poente do adro.
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