Com o título de “Acção Católica” e o subtítulo de “JAC", saiu em 13 de
Fevereiro de 1937, no Idea Nova, uma
pequena reportagem sobre o nascimento da
JAC em Balasar. Não era o vulgar noticiário do Pe. Leopoldino e trazia
assinatura, M., mas devia ser ele o autor. O texto é importante por várias
razões: porque marca o nascimento da Juventude Agrária Católica na freguesia, porque
dá conta do papel que o Padre Molho de Faria nele teve e até porque nos
informa de que foi então inaugurado o salão paroquial.
Acção Católica
JAC
Merecem
calorosas felicitações os grupos de jacistas da freguesia de Balasar, deste
concelho, pelo luzimento e entusiasmo da sua inauguração oficial como organismo
da Acção Católica. Esta festa marcou, pelo seu brilho, fervor e concorrência de
fiéis da freguesia e doutras vizinhas, que ficaram sabendo o fim desta santa
obra tão preconizada pelo actual Pontífice Pio XI.
Teve,
a abrilhantá-la, o verbo eloquente e persuasivo do nosso conterrâneo, Sr. Dr.
Molho de Faria, ilustre professor de Teologia e Moral no Seminário Conciliar
de Braga.
No
sábado, 30, à noite, houve adoração ao SS.mo Sacramento, exaltado num lindo e
artístico trono como nunca esteve naquela religiosa freguesia. O Sr. Dr. Molho
fez um bom sermão sobre os deveres dos católicos na hora presente, incitando-os
à frequência dos Sacramentos e a ingressar nas fileiras da Acção Católica.
No
domingo, 31, à missa das 7 horas, fez o notável pregador uma substancial
prática sobre a Acção Católica, seu fim, organização e necessidade – sendo
escutado com atenção e interesse pelo povo crente que enchia o vasto templo.
Comungaram todos os jacistas, acompanhados de suas famílias, em número
aproximado de 200 pessoas.
Às 11
horas, começou a missa solene, cantando os jacistas à Missa dos Anjos, acompanhados
a harmónio pelo Sr. Abade de Rates. Às 14 horas, procedeu-se à inauguração do
grande salão paroquial, onde, doravante, se ensinará a doutrina cristã e se
realizarão as reuniões das juventudes, a horas diversas. Quando o Sr. Dr. Molho
de Faria, ilustre delegado das Comissões Diocesanas, entrou no vasto salão, lindamente
ornamentado com motivos agrícolas, acompanhado pelo Rev. Abade de Balasar e de
Rates, foi vivamente saudado pela numerosa assembleia, ansioso de assistir à
sessão recreativa e ao mesmo tempo da propaganda da Acção Católica.
Falaram,
e muito bem, sobre o objecto da Acção Católica, os dignos presidentes dos
grupos, sendo muito aplaudidos. Seguiram-se diversos recitativos, diálogos,
canções, cenas e o cântico do hino jacista. Todos os intérpretes, apesar de
ser a primeira vez a aparecer em público e simples trabalhadores do campo,
houveram-se muito bem e podiam apresentar-se em qualquer vila, o que denotou
grande esforço dos dirigentes.
Pouco
depois das 15 horas, verificou-se no templo, repleto de fiéis que seguiam com
curiosidade as fases da festa jacista, a comissão oficial no organismo da
Acção Católica, de novos membros, sendo 14 rapazes, 13 raparigas para a
Juventude e 10 benjaminas. Foi impressionante o acto da imposição do
distintivo, acompanhado de uma quente alocução do Sr. Dr. Molho, bem como o compromisso
tomado diante do SS.mo Sacramento exposto. Foi uma cerimónia que deveras comoveu
a assembleia. Terminou o religioso acto com a recitação do terço e bênção
eucarística.
Os
dirigentes dos grupos jacistas foram vivamente felicitados pelo povo da freguesia
e estranhos que ficaram conhecendo o objectivo da Acção Católica.
Daqui,
também lhes endereçam os quentes aplausos, desejando que prossigam eficazmente
na sua obra tão recomendada pela Igreja, para benefício espiritual da sua
freguesia e ressurgimento cristão do nosso velho Portugal, tão fortemente
fustigado pelo comunismo. M.
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