Em
Junho de 1934, o Pe. Leopoldino Mateus benzeu uma imagem de Nossa Senhora de
Fátima, oferecida pela célebre Mariazinha Machado, filha de Joaquim Machado. Pela Autobiografia da
Alexandrina, sabemos que em Balasar a devoção a Nossa Senhora de Fátima já
vinha de há muitos anos. A a nova imagem, que uma procissão trouxe de Gresufes para igreja, significava um largo passo em
frente. Transcreve-se a notícia d’A Propaganda saída com data do dia 16:
Aproveitando a oferta da nova imagem,
feita pela Sr. D. Maria Mendonça Machado, virtuosa filha do nosso amigo Sr.
Joaquim António Machado, proprietário desta freguesia, o nosso pároco, Rev.
Leopoldino Rodrigues Mateus, iniciou o culto de Nossa Senhora de Fátima, de um
modo solene e eficaz.
No dia 12 à noite, saiu da casa da
oferente (Gresufes) uma grandiosa
procissão de velas em que tomaram parte cerca de 1000 pessoas, empunhando
lanternas com a figura da Senhora e os pastorinhos da Cova de Iria, adquiridas
na Póvoa. A maior parte do cortejo era constituído pelos homens que sem
respeito humano cantavam com entusiasmo os versos de Fátima. Seguiam-se os
Cruzados Eucarísticos, andor da Virgem e as mulheres e crianças atrás, todos
rezando e cantando. As casas da passagem da procissão conservaram-se
iluminadas, o que na noite escura e serena produzia um lindo efeito.
À entrada da igreja o nosso zeloso
pároco, junto do andor da Senhora, proferiu uma alocução preconizando a
necessidade da hora presente em que os católicos de credo e mandamentos se
deviam integrar na acção social sob a bênção da Padroeira de Portugal.
No dia 13, houve de manhã missa solene
em que comungaram 300 pessoas e à tarde exercício do mês de Maria e procissão
do Terço, que também foi largamente concorrido pelo povo da freguesia e das
vizinhas, notando-se o mesmo entusiasmo dos homens no canto. As ruas do
trajecto estavam magnificentemente decoradas, apresentando lindos e artísticos
tapetes de verdes e flores à moda da Póvoa.
Junto da igreja, o nosso Rev. Pároco
proferiu uma bela alocução referindo-se ao património de Nossa Senhora que,
olhando com benignidade e amor para o velho Portugal, com justa razão
denominado Terra de Santa Maria, dignou-se visitá-la por ocasião da grande
conflagração europeia, incitando-o à oração e penitência, para conservar a sua
autonomia, naquele momento tão em perigo. É dever do povo português corresponder
a esta ternura de Maria com uma vida de dedicação e sacrifício pela causa de
Deus; por isso, o culto da Senhora de Fátima ia-se alastrando em todo o país
para honra de Deus, glória da Virgem e santificação do povo cristão.
Tanto na véspera como no dia, ao
recolher da nova e linda imagem, feita na Casa Fânzeres & C.ª, de Braga,
houve uma grande manifestação do povo a Nossa Senhora, dando-Lhe palmas, vivas
e acenando com lenços. Foi uma festa que deixou saudades não só ao povo da
freguesia como ao povo das freguesias vizinhas e às famílias da Póvoa que
vieram assistir.
Temos algumas dúvidas se a inauguração decorreu em Junho se em Maio, que é o mês de Maria.
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