Ai, como eu vejo o mundo correr no
caminho da perdição! Oh, que dor tão tremenda, dor que é impossível explicar!
Ser mãe, mãe que ama sem haver igual amor, e ver a humanidade fugir-me; morrem
todos os meus filhinhos. Morrem nos vícios, nos prazeres, nas loucuras do
pecado. Eles loucos pelo gozo, e eu, louca de amor por eles, para os salvar!
A luz que possuo penetra tudo e em
todos. A luz não é minha nem é para mim, mas com ela vejo a maior das desordens
e misérias. Esta luz vê tudo o que vai na terra e sinto que ela mesma se quer
revoltar contra a mesma terra. Os seus raios não podem enfrentar o lodo e lama
nojenta que ela contém.
A torre (veja aqui) que em mim se levantou vai
subindo, subindo, caminha para o céu. Sinto que vai tão alta, mas os seus
olhares não atingem o seu fim. Ela vai subindo e, como remate, com ela sobe a
luz; e lá das alturas vê o mundo, ilumina o mundo, sobre ele espalha os seus
raios, raios que tentam subir a si por não poderem pensar no mundo.
Queria dizer tanto a respeito desta luz,
queria fazer-me compreender e não sei.
E agora, pobre de mim, sinto-me em abandono total e
completo; não tenho ninguém por mim nem na terra nem no céu. É o que sinto, mas
confio que não é a realidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário