Segundo um jornal poveiro de há muitos
anos, em 1722, foram aprovados os primeiros estatutos da Confraria de Santo Antão em
Balasar. Paroquiava na altura a freguesia o Pe. João Silva, que viera em 1701 e
deixou o cargo em 1731. Santo Antão do Deserto ou Santo Antão o Grande ou
Santo Antão o eremita não é um santo propriamente popular, mas a sua confraria bem
como a sua imagem subsistem em Balasar até à actualidade.
Talvez vinda do mesmo tempo, também
existe em Balasar uma imagem de Santo Agostinho. O nome deste santo teólogo terá
sido um pouco mais conhecido entre os fiéis, mas, como Santo Antão, nunca foi um santo popular.
Presumimos que o culto destes dois ilustres
da Igreja tenha sido divulgado pelos cónegos regrantes de Santo Agostinho do Mosteiro da Junqueira, que então existia a poucos quilómetros de Balasar. Um monge dele
foi padrinho de D. Benta, em 1727.
Aparentemente, este mosteiro terá vivido
um momento de brilho desde as duas décadas finais do século XVII até perto de
meados do século XVIII. Foram então reconstruídos a sua bela e espaçosa igreja
e também a parte de habitação.
Numa freguesia confinante com Balasar e
com a Junqueira, guarda-se um importante conjunto de livros que pode ter tido origem
no mosteiro: são pesados livros escriturísticos (em latim, com citações em grego
e hebraico), de teologia, de história da Igreja, de ascética, de pregação, etc. E
as datas das suas publicações situam-se aproximadamente entre 1670 e 1740.
A Beata Alexandrina tem um pequeno
texto, que dispusemos em verso e que evoca a frase de Santo Agostinho “Tarde
Vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei!”
Escreveu ela:
Meu doce Jesus, tão tarde Vos conheci
E tarde, ainda muito mais tarde, Vos amei!
Fazei que agora viva só para VósQuem lhe terá dado conhecimento da frase de origem? Desconhecemos, mas deve ter sido a propósito da imagem do santo.
E para o vosso amor!
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