Um dia um
sacerdote dado ao estudo referia-se a alguns colegas como a engenheiros, pois
promoviam a construção de obras materiais, de edifícios. Um sacerdote deve ser
antes de mais um pastor, um guia, um homem de ideias.
Mas, quando um
leigo se lança no combate para ser luz que ilumina, esse deve ter um lugar
especial na nossa consideração. E este foi o caso da D. Eugénia, que merece uma
grande homenagem.
Fernando Pessoa,
o poeta que defendia ora uma ideia ora a sua contrária, escreveu uma vez:
A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Mas as coisas
não são assim simples.
A Alexandrina como mestra na capa de Zampilli Incandescenti, livro preparado por Eugénia Singorile.
Tudo que existe para além deste nosso mundo visível, palpável é sobrenatural, mistério. Nós acreditamos que a D. Eugénia foi recebida de braços abertos pelo Salvador, por Deus Pai e por Deus Espírito Santo. Mas nisto ainda há modos nossos de dizer. É indispensável afirmar o mistério, não reduzir o sobrenatural a uma cópia – nem que ela seja a versão original – do natural.
"Nem olhos
viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus
tem preparado para aqueles que o amam" (1 Coríntios 2:9).
Decididamente, a
morte não é a curva da estrada, morrer não é só não ser visto.
Com a D.
Eugénia, desapareceu a última grande estudiosa da Beata Alexandrina, aquela que escrevia
livros simples, a que chamava mosaicos de pedras preciosas. As pedras preciosas
eram as citações da sua inspiradora.
Sem intelectuais
deste calibre, a Beata desce a "Santinha de Balasar", alguma coisa que está a anos
de luz da verdade.
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