terça-feira, 28 de julho de 2015

Leo Madigan: enterro e evocação

Estivemos ontem no enterro do escritor Leo Madigan. Foi sepultado no cemitério de Fátima, no mesmo onde originalmente haviam sido sepultados o Francisco e a Jacinta Marto, e teve missa de corpo presente na igreja onde os Pastorinhos foram baptizados. Para um especialista de Fátima, esteve certo.
Vimos lá o meio-irmão dele, alguns ingleses e irlandesas, vários portugueses. 
Leo Madigan (1929-2015), de origem neozelandesa, era, na prática, inglês. Teve um a vida de aventureiro. Foi marinheiro, actor, jornalista, professor e editor. Ultimamente era um especialista de Fátima (onde residia) de dimensão mundial. Deixou vasta obra publicada quase sempre, se não sempre, em edição de autor. O seu The Fatima Prayer Book está traduzido para português e espanhol. Possuía uma página na Wikipédia que dá uma perspectiva global da sua vida e obra.
Desde que o conhecemos, frequentava diariamente a Eucaristia.
Pelo menos uma vez, falou na americana e católica New World Television Network (http://nwtvn.com/). Como ficcionista, ganhou vários prémios.
Nós colaborámos com ele ao longo dos últimos dez anos. Foi ele o responsável pela tradução do nosso To the Ends of Earth e de alguns livros da D. Eugénia Signorile. Além disso, traduzia todos os meses umas duas páginas dos Sentimentos da Alma.

domingo, 26 de julho de 2015

Faleceu o Leo Madigan

Recebemos agora esta mensagem que informa sobre o falecimento do Sr. Leo Madigan:
Caro Sr. José Ferreira, o nosso amigo Leo Madigan faleceu ontem, sábado, às 23 horas. Provavelmente o funeral será amanhã, segunda-feira. Voltarei ao assunto logo que possível para dar mais informações. O Leo tem um meio-irmão que está cá a tratar de tudo o que é necessário. Rezemos pela sua alma! 
Leo Madigan - o primeiro à esquerda - num encontro em Balasar, em 2006.


sábado, 25 de julho de 2015

Leo Madigan

Soubemos agora que o Sr. Leo Madigan, autor de muitos livros sobre temas variados, mas principalmente sobre Fátima e um sobre a Beata Alexandrina, está muito doente. Rezemos por ele.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Obras na Capela de Nossa Senhora da Lapa da Quinta de D. Benta

Vimos hoje que a emblemática casa em que viveu D. Benta está em recuperação, em particular a fachada da capela. Como se sabe, esta foi dedicada a Nossa Senhora da Lapa na sequência da pregação do Pe. Ângelo Sequeira, que então (1756 e anos seguintes) estava no Porto, mas que era natural de São Paulo, Brasil. É também uma curiosa coincidência que esteja para sair em breve (com certeza em Setembro) o livro "Balasar no Século de D. Benta".
Da casa da Quinta, D. Benta não tinha só boas recordações: aí perdeu o pai, ficando órfã aos sete anos, aí perdeu o irmão quando tinha dez, aí a casaram, quando tinha catorze, com um homem que podia ser seu avô. Mas dessa casa lhe ficaria ainda outra dolorosa memória, de quando, na sua adolescência, a mãe, já viúva, provocou escândalo na freguesia ao envolver-se com um moleiro vizinho.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Testamento de Manuel António da Costa, bisavô materno da Beata Alexandrina


Este é o testamento de Manuel António da Costa, o bisavô materno da Beata Alexandrina. Não é muito o que se sabe dele, mas nascera em 1804 e foi um dos homens mais abastados da freguesia. Deve ter falecido em 1887.

Testamento que faz Manuel António da Costa, casado, de Balasar, em oito de Junho de mil oitocentos e oitenta e seis.

Em nome de Deus, amém.
Saibam quantos este público instrumento de testamento de última e derradeira vontade virem que no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e oitenta e seis, aos oito de Junho, nesta Vila de Rates e meu cartório, foi presente o outorgante testador Manuel António da Costa, casado, lavrador, da freguesia de Balasar, meu conhecido e das cinco testemunhas ao diante nomeadas e no fim assinadas, sendo estas cidadãos portugueses e idóneos, estando ele testador no perfeito gozo das suas faculdades intelectuais, em liberdade e sem constrangimento nem coacção de pessoa alguma, e como eu tabelião com as testemunhas de tudo nos certificámos, do que dou minha fé, perante as quais e na minha presença por ele outorgante foi dito que tinha deliberado o fazer o seu testamento de última e derradeira vontade e por isso pedia a mim tabelião que lho escrevesse nesta minha nota conforme o ditasse, ao que eu tabelião me prontifiquei.
Primeiramente declara que é católico apostólico romano e que nesta fé protesta viver e morrer.
Logo que falecer, quer que seu filho José António da Costa, hoje casado, lhe cumpra o seu enterro, funeral e bem de alma conforme lhe impôs na escritura de doação de onze de Janeiro do ano de mil oitocentos e oitenta e seis, lavrada na nota do tabelião Silva, da Póvoa de Varzim.
E relativamente ao temporal, declara que é casado à face da Igreja com Joaquina Maria da Silva, de cujo matrimónio tem os seguintes filhos: José, Ana, Teresa, Josefa e Maria, todos casados, aos quais institui como seus únicos e universais herdeiros, como já declarou na citada doação.
Disse mais ele testador que na já citada doação, que conjuntamente (com a) sua dita mulher fizeram ao dito seu filho José António da Costa, reservam o terço de todos os seus móveis, semoventes e dinheiros de ouro e prata para disso dispor por testamento, como na mesma doação consta, e por isso desde já nomeia e deixa o terço da sua menção nos referidos móveis e semoventes e dinheiro de ouro e prata que ao falecimento dele testador for encontrado às ditas suas filhas Ana, Teresa, Josefa e Maria, mas debaixo das condições seguintes: que no sétimo dia depois do falecimento dele testador mandarão rezar duas missas aplicadas pelas almas em geral do fogo do Purgatório e nesse mesmo dia darão aos pobres da sua freguesia e mais necessitados e que ouçam as duas missas pelas almas, como dito fica, a quantia de cinco mil réis.
E nomeia como encarregado deste serviço ao seu genro António José Domingues de Azevedo, de sua freguesia.
E por esta forma tem feito o seu testamento de última e derradeira vontade, que quer se cumpra e se guarde como no mesmo se contém e declara, revogando qualquer outra disposição que a este fim ou testamento haja feito.
Assim o disse na presença das testemunhas, o Rev. José de Marques Lima, João Baptista Rodrigues Leite, lavrador, Clemente Gomes da Costa, carpinteiro, ambos casados, Manuel de Azevedo, sapateiro, e Manuel Pereira da Silva, carpinteiro, ambos solteiros sui juris, todos desta vila, que vão assinar com o testador, depois de ser lido em presença de todos, em voz alta e inteligível, tudo em acto contínuo e sem interrupção, do que outrossim dou fé, sendo colado devidamente por mim, inutilizado no fim deste um selo de estampilha no valor de quinhentos réis.
E eu, António José da Silva, tabelião, que o escrevi e assino em público e raso.

Manuel António da Costa, Padre José de Marques Lima, João Baptista Rodrigues Leite, Clemente Gomes da Costa, Manuel de Azevedo e Manuel da Silva Pereira.

domingo, 12 de julho de 2015

200 anos de antepassados da Beata Alexandrina

Há muita gente que tem um grande apreço pela genealogia, mas não é o nosso caso. Mas sabemos que a informação genealógica pode ser um instrumento muito útil, por isso vamos colocar aqui a lista dos antepassados da Beata Alexandrina que viveram na casa onde ela nasceu. Repetiremos com certeza informações que já apresentámos e o nosso trabalho não terá ainda carácter definitivo.

Assento de Baptismo da Beata Alexandrina (1904)

O assento de Baptismo da Beata Alexandrina não está disponível em linha. O livro onde ele se encontra guarda-se no registo civil da Póvoa de Varzim, donde o copiámos:

Aos dois dias do mês de Abril do ano de mil novecentos e quatro, nesta igreja de Santa Eulália de Balasar, concelho da Póvoa de Varzim, Arquidiocese de Braga, baptizei solenemente um indivíduo do sexo feminino a quem dei o nome de Alexandrina e que nasceu nesta freguesia, no lugar de Gresufes, às seis horas da tarde do dia trinta do mês de Março do referido ano, filha natural de Maria Ana da Costa, lavradora, natural (sic), solteira, paroquiana e moradora desta freguesia, no referido lugar de Gresufes, neta materna de José António da Costa e de Ana Joaquina Leitão. Foi padrinho Joaquim António da Costa, casado, lavrador, e madrinha Dona Alexandrina Rosa de Campos, viúva, empregada no serviço doméstico, os quais todos sei serem os próprios.
E para constar lavrei em duplicado este assento que, depois de lido e conferido perante os padrinhos, comigo assinou o padrinho e não assinou a madrinha por não saber escrever. Era ut supra.
O Padrinho, Joaquim António da Costa.
O Abade, Manuel Fernandes de Sousa Campos.

1. Assento de baptismo de D. Maria Ana da Costa, mãe da Beata Alexandrina (1877):

Aos 24 dias do mês de Janeiro do ano de mil oitocentos e setenta e sete, nesta Igreja Paroquial de Santa Eulália de Balasar, concelho da Póvoa de Varzim, Diocese de Braga, baptizei solenemente um indivíduo do sexo feminino, a quem dei o nome de Maria e que nasceu nesta freguesia às cinco horas da manhã do dia 22 do mesmo mês e ano, filha legítima de José António da Costa, lavrador, natural desta mesma freguesia, e de Ana Joaquina Leitão, lavradora, natural da freguesia de Minhotães, concelho de Barcelos, desta mesma diocese, e na mesma recebidos e paroquianos e moradores no lugar de Gresufes desta freguesia de Balasar, neta paterna de Manuel António da Costa e de Joaquina Maria de Freitas e materna de Francisco Manuel de Araújo e de Maria Joaquina Leitão. Foi padrinho Manuel António da Costa e madrinha Maria Joaquina Leitão, lavradores, os quais todos sei serem os próprios.
E para constar lavrei em duplicado este assento que, depois de ser lido e conferido perante os padrinhos, comigo o assinou o padrinho, não assinando a madrinha por não saber escrever.
Era ut supra.
O Padrinho – Manuel António da Costa.
O Reitor – António Martins de Faria.

2. Assento de baptismo de José António da Costa, avô materno da Beata Alexandrina (1836):

José, filho legítimo de Manuel António da Costa e de sua mulher Joaquina Maria, do lugar de Gresufes, neto paterno de José António da Costa e de Maria da Silva, e pela materna de António da Costa Baeta e de Ana de Freitas, todas do lugar de Gresufes, nasceu no dia onze do mês de Dezembro deste corrente ano de mil oitocentos e trinta e seis e no dia doze do mesmo mês e ano foi baptizado solenemente, com imposição dos Santos Óleos, por mim o Padre Domingos José de Abreu, pároco desta igreja. Foram padrinhos José António da Costa e Ana de Freitas, avós do baptizado.
E para constar fiz este, que assino. Era ut supra.
O Pároco Domingos José de Abreu.

3. Assento de baptismo de Manuel António da Costa, bisavô materno da Beata Alexandrina (1807):

Manuel, filho de José António da Costa e de sua mulher, Maria Josefa da Silva, do lugar de Gresufes, desta freguesia de Santa Eulália de Balasar, nasceu aos quinze dias do mês de Maio, pelas quatro horas da tarde do ano de mil oitocentos e sete. Foi baptizado solenemente aos dezoito dias do mesmo mês e ano. É neto, pela parte paterna, de Francisco Gomes Ferreira e de Luísa da Costa Araújo, do mesmo lugar de Gresufes, e pela materna, de António Martins da Silva e de Maria da Costa, do lugar de Vila Pouca, todos desta freguesia. Foram padrinhos António Martins, de Vila Pouca, e Maria da Costa Araújo, do lugar de Gresufes.
E para constar fiz este assento, era ut supra.
O Coadjutor, João Álvares da Silva.

4. Assento de baptismo de José António da Costa, trisavô materno da Beata Alexandrina (1783):

Desta vez herda a casa o filho mais velho do casal anterior, José António da Costa. É este o seu assento de baptismo:

José António, filho legítimo de Francisco Gomes Ferreira e de sua mulher, Luísa da Costa de Araújo, da aldeia de Gresufes, desta freguesia de Santa Eulália de Balasar, neto pela parte paterna de Custódio Gomes e de sua mulher Rosária Ferreira, da freguesia de Chavão, e pela materna neto de António da Costa e de sua mulher Maria Domingues, da aldeia de Gresufes, desta freguesia de Balasar, nasceu aos treze dias do mês de Junho pelas oito horas da manhã do mesmo dia e ano de mil setecentos e oitenta e três e foi baptizado por mim, António da Silva e Sousa, reitor desta mesma igreja nos quinze dias do mesmo mês e ano e lhe pus os Santos Óleos, estando por testemunhas António da Costa e Custódio da Costa, de Gresufes, e seu padrinho, Francisco da Silva, de Goumil, da freguesia de Chavão, e foi também sua madrinha Maria, solteira, da aldeia da Grila, da mesma freguesia de Chavão. E por assim ser verdade fiz este assento, que assinei. Era ut supra.
O Reitor António da Silva e Sousa.
António + da Costa.
Custódio + da Costa.
Francisco + da Silva, de Goumil, seu padrinho.

5. Assento de baptismo da Luísa da Costa Araújo, quarta avó da Beata Alexandrina (1750):

Luísa, filha de António da Costa e de sua mulher Maria de Araújo, da aldeia de Gresufes, nasceu aos dezanove dias do mês de Setembro do ano de mil setecentos e cinquenta e foi baptizada por mim, João da Costa, coadjutor desta Igreja de Santa Eulália de Balasar, aos vinte e três dias do mesmo mês e ano. Foram padrinhos Custódio da Costa e Perpétua Maria, da aldeia de Gresufes, desta mesma, estando por testemunhas António da Costa, de Escariz, Manuel da Costa Reis, da aldeia de Gresufes, e António Domingues, da mesma. E por assim ser verdade mandei fazer este termo, que assinei. Era ut supra.
O Coadjutor, o Pe. João da Costa.

6. Assento de baptismo de António da Costa, quinto avô da Beata Alexandrina (1717):

António, filho legítimo de António da Costa e de sua mulher Maria Martins, de Gresufes, nasceu aos oito dias do mês de Julho de mil setecentos e dezassete e foi baptizado solenemente por mim, João da Silva, aos onze dias do mesmo mês e ano. Foram padrinhos Manuel, solteiro, filho de Pedro Martins, do Telo, e Maria, solteira, filha de Manuel Fernandes, de Escariz, todos desta freguesia.
E por verdade fiz este assento, que assinei. Era ut supra.
João da Silva.

7. Assento de casamento de António da Costa, sexto avô da Beata Alexandrina (1703):

Aos dezasseis dias do mês de Setembro de mil setecentos e três, se receberam em minha presença, na forma do Sagrado Concílio Tridentino, António da Costa, filho de Manuel Fernandes, de Escariz, e Maria Martins, filha de Pedro Martins e de Ana Domingues, sua mãe, do Telo, estando por testemunhas Manuel Martins, de Vila Pouca, e Manuel da Costa, de Escariz. E por verdade fiz este assento, que assinei. Era ut supra.

João da Silva.